terça-feira, 21 de abril de 2009

TEOLOGIA RELACIONAL TECENDO UM COMENTÁRIO SOBRE O DEBATE

Boa Noite! *

Faz um bom tempo que tenho acompanhado o debate entre o Pr. Ricardo Gondim e o Pr. Augustus Nicodemus e a questão da Teologia Relacional. Hoje posso dizer que estou por dentro dos mesmos e tenho conhecimento de leituras de fontes originais, dos assuntos em questão. Já discute e analisei o que foi postado sobre e conheço um pouco a linha teológica e o entendimento de Deus de ambos os pastores...tanto do Augustus Nicodemus quando do Pr Ricardo Gondim. Pessoalmente só tive o prazer de ver o Ricardo pregando.

Não sou pastor, mas estudo teologia a um bom tempo e tenho uma vivência de mais de 20 anos na igreja batista (12 deles na batista fundamentalista) e o restante na Convenção batista. Agora sabem um pouco da minha pessoa e minha origem eclesiológica.

Falando sobre o tema em discussão gostaria de expressar meu pensamento baseado na palavra.

Para começar cito uma afirmação do Pr. Ariovaldo Ramos sobre a definição de Deus: "Deus NÃO se define como PODER mesmo tendo TODO poder, mas Deus se AUTO DEFINE como AMOR" "Deus TEM todo o poder, mas se AUTO DEFINIU como Amor!" I João 4.

O que Ariovaldo destaca e que, considero extraordinário, é que Deus não se DEFINIU como poder (como muitos intuitivamente pesam e baseiam suas teologias) MAS como AMOR. Amor, portanto, como podemos concluir do texto bíblico, NÃO é apenas MAIS UM atributo divino(como sempre fui ensinado em meio fundamentalista), MAS é a própria ESSÊNCIA de Deus!! é o próprio Deus. “Deus É amor” disse o apóstolo João, não há como negar, algo tão claro e simples. Portanto o pensamento LÓGICO e coerente subseqüente é: que como Deus não fez, tão claramente, nenhuma outra auto-definição, neotestamentária, a respeito de si mesmo, todos os outros "atributos", "qualidades",
"aspectos" de Deus são DERIVADOS da SUA ESSÊNCIA que nada mais é do que AMOR.

E se quisermos ir mais além, para alguém como eu e o Pr. Ricardo(pelo conhecimento que tenho de sua teologia e conteúdo de suas pregações), esse conceito(Deus tem como principal atributo o Amor) precisa ser observado na vida de Jesus(teologia Cristocêntrica), essas afirmações acima precisam "ser observadas", "passar pelo crivo", "ser o conteúdo da pregação e da vida de Jesus" para ser CONSIDERADA VÁLIDA, precisa ser sancionada por Ele. Portanto, observando a pregação e vida de Jesus, não há como negar que Ele, Jesus, foi a encarnação do amor aqui na Terra. Sempre quando interpelado, sempre voltou a essência de sua mensagem e que já estava evidenciada, que é o AMOR. Ele próprio personificou em sua própria carne(sua entrega e morte) o amor pela suas criaturas dando-nos o exemplo de até onde podemos chegar, quando absolutizamos o amor que uma vez foi derramado em nossos corações, em nossas vidas. PORTANTO VEMOS EM JESUS, encarnada, essas afirmações de I joão 4 . Deus É amor.

Porque estou definindo isso? para basear minha posição sobre o tema do debate. Por esses motivos considero as afirmações do Pr. Ricardo Gondim CORRETAS. sendo a afirmação real de quem e como Deus realmente é.

Se a base da Teologia Relacional for ESSA...NÃO a considero herética de forma alguma. Ao contrário do que sempre me foi ensinado em meios fundamentalistas, ou na própria igreja batista convencional, que o Amor de Deus é UM DOS seus atributos, e que Deus tem outros de mesmo nível e importância.

Algo que hoje, vejo claramente, que não é verdade. Pelo menos sem forçar uma interpretação, e se, claro, defendermos uma teologia para a igreja e para vida pessoal que é Neotestamentária e Cristocêntrica.

O que não acontece com o Calvinismo por exemplo e o Determinismo pregados por ele, alicerçando a sua teologia, obviamente, NÃO no amor de Deus, mas em outras coisas como o PODER de Deus e sua Soberania.

Um sistema que não enxerga e se fundamenta na Essência de Deus em seu "maior atributo" como diz Gondim está equivocado sobre Deus. E está em bases erradas. Portanto não posso considerar a base da Teologia Relacional herética de forma alguma, mas sim mais correta que qualquer outra criada.

AGORA, quanto as "consequencias lógicas disso" as inferências feitas tendo como base essa teologia e as conclusões definidas a partir dela, ai é outros “quinhentos”, ai sim, ficam abertas as críticas, mas em meu entender não sua base e seu ponto de partida que são corretos.

Analisando e comentando as citações de ambos os lados vejamos:

Nicodemus DISCORDOU da afirmação de Ricardo Gondim que diz:

"O atributo mais importante de Deus é o amor. Todos os demais estão subordinados a este."

Como discorrido acima considero verdade a afirmação: Deus É amor e por conseguinte considero igualmente verdade a afirmação do Ricardo Gondim que ESSE (o amor) é o "atributo" mais importante de Deus e que todo os demais estão "subordinados" a este. Coloquei entre aspas essas palavras que ele usou, apenas para aqueles que não estão satisfeitos e quiserem trocar, no meu caso não é necessário, mas caso achem necessário eu o fiz aqui, mas que diz a mesma coisa. O "atributo" de Deus mais importante

(eu diria Essência) de Deus...É o amor; e todos os outros estão
"subordinados"(poderíamos dizer derivado, conseqüente ou mesmo ligado) a esse. O que quero dizer? que, trocando as palavras ou não, biblicamente sendo coerente e honesto com os textos, temos que endossar o que Ricardo Gondim afirma. Pois é verdade de Deus e mais ainda; é REVELAÇÃO, pois hoje os crentes, especialmente nas igrejas mais conservadoras JAMAIS conheceram esse Deus-Jesus revelado no evangelho, mas sim um Jesus construído pelos ortodoxos e fundamentalistas.

Portanto se considero CORRETAS essas afirmações de Gondim, considero EQUIVOCADA A DISCORDÂNCIA do Augustus Nicodemus Lopes a respeito disso, da não “subordinação” ao Amor de todos os outros aspectos da pessoa de Deus(atributos).

Não acho que o Pr. Ricardo deva um pedido de desculpas ao Pr Augustus pela crítica que fez a seu pensamento, porque ele o fez com um espírito correto(percebe-se pelo espírito do texto que não passa em nenhum momento raiva) e não o ofendeu com palavras em nenhum momento também.

Observe o que o Pr. Ricardo em seu artigo-resposta responde as afirmações do Pr. Augustus e faz algumas considerações sobre sua teologia e visão de Deus dele:

"A não ser que Nicodemus leia as Escrituras com as lentes aristotélicas do “Motor Imóvel” ou da “Apatia Divina”, não há como entender o Deus da Bíblia, senão como uma Pessoa que se sensibiliza e se comove com o drama humano"

Veja quem comentou sobre o tema e disse que o Pr. Ricardo "fugiu da raia" ou se "esquivou" do debate está a meu ver totalmente equivocado, e explico o porquê, o Pr.
Ricardo foi na BASE do pensamento de ambos os lados. Se a base do pensamento dos dois não for o mesmo, se não concordarem no "elementar" na "base" de sustentação das suas teologias, que o maior atributo de Deus é o Amor, até porque não é apenas UM atributo é sua Essência, não há o que debater, discutir, ou analisar! simplesmente isso!! o Pr Ricardo falou sobre a base dessa teologia, e fez uma crítica que, não é possível ver na palavra e na Encarnação de Deus, Jesus, algo tão absurdamente claro. A supremacia, profundidade e inexorável superioridade do seu AMOR sobre qualquer outro aspecto de seu Ser; até porque ELE PRÓPRIO SE DEFINIU ASSIM. Se formos honestos conosco mesmo e com todo “espírito da escritura”, não chegaremos a outra conclusão a não ser esta mesmo. A não ser que lemos as escrituras com "LENTES PRÉ-ESTABELECIDAS". E foi isso que Pr. Ricardo afirmou sobre a posição do Pr. Augustus, que quando fez a discordância desse ponto, revelou isso.

Portanto só queria registrar aqui minha leitura do assunto e minha visão bíblica do mesmo para os irmãos.

Faço um convite a dona do blog e aos fundamentalistas, que, assim como eu outrora um no mesmo meio, leiam outros autores que não sejam de linha ortodoxa fundamentalista, leiam sem medo, fontes originais, não comentários de fundamentalistas sobre obras não fundamentalistas, porque são tendenciosos, mas os próprios autores e suas linhas doutrinárias, se não, as viseiras jamais cairam, e o superficialismo continuará imperando sempre. É preciso estudar e muito, não só bíblia, mas história psicologia e muitas outras coisas que estão ai, para nos ajudar enxergar muitas coisas.

Impossível debater com alguém intelectual sem ter o mínimo de conhecimento para tal.

Não sou dono da verdade, mas creio naquilo que postei aqui, aguardo comentários inclusiva da minha amada colega e irmã Norma.

Obrigado

Recomendo ouvir as mensagens e livros

“A identidade de Deus” – Ariovaldo Ramos

“Deus faz TUDO o que DEVE” – Ariovaldo Ramos

“O verbo se fez Carne” – Ricardo Gondim

“Deus de nosso Senhor Jesus Cristo – A supremacia de Cristo” – Ed Renê kivitz.

“Evangelho Maltrapilho” Bredam Manning

Philip Yancey – O Jesus que nunca conheci

C.S. Lewis – Os quatro amores, entre outras obras.

domingo, 19 de abril de 2009

O Deus encarnado

"E o verbo se fez carne e vimos sua glória como a glória do unigênito do Pai"

O que significa isso? Deus se fez gente para viver com a gente! nada mais do que isso.